quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

eugenia



A eugenia é a filha dileta de Darwin: se as espécies se transformam por "seleção natural", há  raças inferiores e raças superiores. Darwin declarava: "Entre os selvagens, os corpos ou as mentes doentes são rapidamente eliminados, os homens civilizados, entretanto, constroem asilos para os imbecis, os incapacitados e os doentes e nossos médicos põem o melhor de seu talento em conservar a vida de todos e cada um até o último momento, permitindo assim que se propaguem os membros fracos das nossas sociedades civilizadas. Ninguém que tenha trabalhado na reprodução de animais domésticos, terá dúvidas de que isto é extremamente prejudicial para a raça humana".
Galton, primo de Darwin, inventou a teoria eugenista aplicada aos seres humanos: a substituição da seleção "natural" por uma seleção mais voluntarista. Com efeito, as organizações caritativas, ao assumir o cuidado dos pobres e dos doentes (qualificados como tarados, incapazes e inferiores), impedem o funcionamento da "seleção natural". Exagerou-se enormemente, portanto, o impacto da transmissão das "taras", o "atavismo", para justificar dois objetivos complementares:
  • favorecer as raças chamadas superiores, eugenia positiva;
  • fazer desaparecer as raças chamadas inferiores, eugenia negativa.
Esta visão cientificista, exclusivamente materialista, onde o homem é apenas uma engrenagem de um mecanismo maior: a sociedade ou o Estado, pretende "melhorar" a raça humana até gerar o "super-homem". A eugenia nasceu na época em que a ciência triunfante revolucionava o mundo da técnica. No materialismo existia uma grande tentação de utilizar o homem como um material ou animal, que pode ser melhorado por meio de cruzamentos e uma seleção "científica". A sociedade deve tratar aqueles que considere vítimas de taras, "disgênicos", inferiores, inadaptados, mal desenvolvidos, como membros gangrenados e amputá-los por razões de higiene social, sem levar em conta as proibições de uma moral "burguesa" derivada da superstição "judeu-cristã". A relação com o médico ou o biólogo se transforma, então, numa relação que envolve três partes: o Estado, o médico e o doente

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